Diário das Sombras


A re-significação dos gestos. 
(Exposição “Múltiplos”. Galeria de Arte Graça Landeira/PA, 2003.)

Exposição “Múltiplos”. Galeria de Arte Graça Landeira/PA, 2003.

Uma das gravuras que compunham a instalação “Diário das Sombras” foi retirada da caixa e transportada para a parede, isolada. Esta era evidenciada pela sua força formal e técnica, pois era uma xilogravura de grande dimensão (227 x 78 cm) e continha um detalhado e criterioso processo de impressão. Este trabalho antecipa reflexões que iriam compor a série “Entre a Arquitetura e as Sombras”.
Esta gravura representava a sombra de um telhado. Este telhado, que aparecia por inteiro, será dissecado e as partes que compõem sua estrutura de sustentação foram mostradas nesta série seguinte. Outro ponto interessante é que esta gravura contribui decisivamente para o início de uma reflexão conceitual sobre o jogo entre as partes e o todo, uma das características que compõem o centro de minhas experimentações artísticas.
Ao deslocar uma gravura de uma série, poderia transformá-la em outro trabalho, já que a parte sozinha revelaria ao espectador uma nova fonte de significados, pois o objeto agora pertence a um outro modelo de apresentação. Modificando o conceito de apresentação de uma gravura, poderia multiplicá-la conceitualmente, ou seja, achar um produto de dois fatores. Mais uma vez, o jogo criativo caminha em experimentações técnicas, que tem a linguagem como um dos objetivos da experimentação. A dissolução e a multiplicabilidade do objeto no fluxo de seu processo de criação e apresentação.


Convite da exposição Múltiplos.


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