Arte Pará 2005-
Contemporâneo Museu de Arte do
Estado, 2005.
[3º
Grande Prêmio]
Sendo dados: 1. Placas (Código
Ascese)
2. Caderno Ascese
3. Box Satie (A)
A instalação “Ascese” tem como definição um conjunto de idéias expostas
em uma sala, onde placas, “Caderno Ascese” e “Box Satie” ambientam um
pensamento em prol da paisagem, que pode ser aprendida não apenas em seus
aspectos diretos, paisagem esta que é compreendida como núcleo de um lugar
absorvido pela experiência em três níveis de percepção: A visual, a tátil e a
sonora.
A interpretação
da paisagem pode ser feita de maneira geral ou particular. Pode mostrar coletivas,
com a paisagem sendo o retrato de um contexto em que está inserida, ou no senso
particular, ou seja, como essa paisagem é percebida e o que ela significa para
cada um dos indivíduos. Uma leitura da paisagem requer o uso dos sentidos, não
se limitando apenas a visão, dependendo também do local onde se encontra o
observador. “A coisa vivida não é reconhecida ou construída a partir dos dados
dos sentidos, mas se oferece desde o início como o centro de onde estes se
irradiam” (PONTY, 2004, p. 130).
Um dos
intuitos de “Ascese” era de tentar promover ao espectador uma interação com idéia
de paisagem, através de seus vestígios reconfigurados enquanto obras. As
monotipias em “Ascese” figuravam como poesias do dia-a-dia. Recontadas,
produziam metáforas poéticas urbanas particulares. O público poderia perceber o
sentido de lugar através da interatividade com as obras. Com essa experiência,
o indivíduo poderia identificar-se e ter uma nova reflexão sobre o seu próprio
lugar.
A cidade, em seus aspectos diretos e
indiretos, não revelava, através de seus vestígios, uma reflexão formal de suas
parte.
Por meio de sua interação com a obra, o espectador tem a possibilidade de
criar outros elos imaginários com a cidade, para além do vínculo artista-obra-estética-galeria-museu-valor,
mais sim um mecanismo de reflexão conjunta, sobre um lugar comum. O sentido de
percepção da cidade era fruto de uma dialética do exterior e do interior.
A
psicologia do espaço é provocada pela interação do individuo com ambiente, que
encontra neste contato a fonte de onde emanam os significados que compõem a
obra. Reveladas a partir de seus múltiplos pontos de vista, a descoberta de uma
intimidade secreta não parece uma tarefa fácil. Entretanto, o jogo mental e
íntimo provoca a busca e a descoberta destes pequenos espaços embutidos no
indivíduo, constituindo assim o combustível que alimenta o enigma espaço
temporal proposto por “Ascese”.
Conforme expliquei anteriormente, “Ascese”
aborda a paisagem, que é compreendida como cerne de um lugar absorvido pela
experiência em três níveis de percepção: A visual, a tátil e a sonora. Abaixo
esboço melhor cada nível isoladamente:
Visual: Uma placa, em síntese,
é um objeto emissor de mensagem. Aproprio-me de sua forma para aplicar-lhe
minhas pinturas. Estas, por sua vez, quando adquirem a forma de placas, iniciam
o jogo que me interessa. O expectador tem a placa como objeto costumeiro,
reconhecível através de sua experiência. O que faço é propor um jogo onde o
significado, em lugar de anteceder a experiência, ocorre na experiência, já que
o conteúdo das placas não induz a lógica, pois seu sistema é abstrato e sua
mensagem só pode ser percebida através da subjetividade, da crença.
Tátil:
Promovida pelo “Caderno Ascese”, onde uma cadeia linear de acontecimentos (narrativa)
é ativada ao se folhear o caderno, compondo uma trajetória espaço temporal.
Sonora:
Provida do “Box Satie”. Repetem-se cinco músicas do músico Erik Satie,
selecionadas por minha relação afetiva com as mesmas, preenchendo o espaço da
instalação com o som, reforçando assim um ambiente de intimidade.
Experimento inicial
Estudo que conduz ao Ascese, Obra exercício realizado para disciplina de Escultura na Universidade Federal do Pará 2004( obra construída em Parceria do amigo e artista Benilson )
fotografia Simone Moura |
fotografia Simone Moura |
fotografia Simone Moura |
fotografia Simone Moura |
Modelagem de Benilson - fotografia Simone Moura |
fotografia Simone Moura |
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